Marcelo confessou, em interrogatório, ter cometido o crime, e disse que matou a menina porque ela gritou após ele pedir que ela ficasse calada. Durante a transmissão, a mãe de Beatriz afirmou que acredita que o homem já tinha um perfil definido e que acredita que ele não agiu sozinho. “A gente consegue identificar ali, porque ele abordou Beatriz de forma brusca. Ele foi ali para tirar a vida de uma criança. E ele queria uma menina. Porque nós temos vídeos que mostram outras crianças do sexo masculino, descendo na área do bebedouro e ele não capturou, nem se quer abordou os meninos. Ele só abordava meninas. Então ele tinha um perfil, ele já sabia quem queria abordar”, diz.
“Eu ouvi a oitiva dele, a sua confissão, a gente consegue encontrar esses elementos. O DNA é para fechar, é o cheque-mata. Não tem como dizer que não é o DNA dele, porque está lá. A forma como ele deixou o DNA, mais ainda. Existem diversas formas de deixar o DNA num crime. A forma como ele deixou o DNA dele, reforça a tese de que é ele”, complementou Lucinha.
O novo advogado explicou que teve contato com Marcelo após uma conversa de algumas horas e que não teve tempo de explorar detalhes.“Não tive acesso ao processo ainda. É um processo extremamente volumoso, beirando 40 volumes, mais de 400 horas de gravação com uma parte digitalizada e outra não. Oito delegados e oito promotores passaram pelo processo e não se chegou ao assassino de Beatriz. Não tivemos acesso à perícia, mas o delegado já viabilizou a cópia. A defesa começa de fato no processo. Estamos em uma fase inquisitorial, de investigação”, explicou.
O advogado também enumerou questões que não foram respondidas. “Por que só agora saiu esse confrontamento genético? Como se deu esse melhoramento? É muito fácil colocar na conta de um andarilho com um histórico terrível. Muitas perguntas precisam de respostas como a escola apagando imagens, chaves perdidas, delegado sendo afastado do caso. Existe perícia no processo que a menina Beatriz foi morta em outro lugar e conduzida através de um saco plástico, uma bacia, até a sala. Essa perícia tem que ser analisada, reavaliada para ver a credibilidade desse caso. (…) Eu preciso saber como ele entrou e como ele saiu da escola. Ele trocou de roupa no local? Tem muitos rumores, muitos segmentos”, disse o advogado.
O advogado ainda disse que as provas não são conclusivas e apoiou a federalização do caso. “Independente da carta já existiam questionamentos. A carta é algo a mais, mas até a mãe da menina tinha esse questionamento. Evidentemente teremos cenas dos próximos capítulos. O que um advogado de defesa pode fazer, eu irei fazer”. Ele ainda reforçou que: “Todo mundo tem direito a uma defesa técnica. Se não sou eu, será outro. Ele será defendido com unhas e dentes. Os crimes que ele cometeu, terríveis, ele tem que pagar. Mas ele vai pagar pelo que ele cometeu. A Federalização do caso tem que acontecer. Não estou defendendo um estuprador. Eu estou defendendo a inocência dele neste inquérito [Caso Beatriz]”, finalizou.
Na ocasião, Lucia reforçou o pedido de federalização do caso. “Mais uma vez eu vou fazer uma denúncia com relação a isso. Quem vazou vai pagar pelos crimes que cometeu. E se o Estado de Pernambuco não investigar, nós vamos a outras instâncias, vamos para a instância Federal”, pediu.
Sobre o assassino confesso, a mãe da vítima pediu para que ele fosse transferido do Presídio de Igarassu, para o Sertão do São Francisco, onde o crime ocorreu. “O que queremos é que o estado garanta a integridade física dele e a vida dele. O estado tem obrigação de garantir isso. Ele tem que vir pra cá para Petrolina. Ele tem que responder pelo crime que cometeu aqui. As coletivas de imprensa, a Polícia tem que dá aqui em Petrolina. O crime aconteceu aqui. Quem tem que dar a entrevista é o delegado que está à frente da investigação. É ele que tem que esclarecer para a sociedade o que está acontecendo. Não é o chefe de polícia, não é chefe de departamento de polícia científica. Quem tem que dar entrevista é o delegado. O delegado não terminou as investigações, está no meio”.
“O Caso Beatriz está botando a prova, mostrando à sociedade como é que funciona o nosso País. O povo está vendo verdadeiramente como funciona um inquérito. Quem está no meio, quem está manipulando, quem está ditando as regras. O povo está vendo ao vivo essa lambança que estão fazendo. O Judiciário não se manifesta, o Ministério Público não se manifesta. Pelo amor de Deus. Foi a vida de uma criança que foi tirada de uma forma bárbara e cruel”. A mãe da vítima ainda disse : “Eu não acredito que ele agiu sozinho. Não é só sentimento de mãe. São as evidências. Não sou especialista, mas tenho pessoas que são especialistas e me orientam. O vídeo dele caminhando é a prova maior do que ele planeja fazer. O comportamento dele ali. Nós temos certeza que o assassino é esse apresentado pela polícia na semana passada, pois tivemos acesso ao inquérito e as informações”, finaliza a mãe.